quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Direitos, uma ova!

Assunto: Inversão de valores

De mãe para mãe...
'Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.

Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.

Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc... Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto.

Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque trabalho a semana toda, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.

No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no humilde túmulo do meu, num cemitério da periferia de São Paulo... Ah! Ia me esquecendo: mesmo ganhando pouco e lutando para sustentar a casa, pode ficar tranqüila, viu, eu não vou deixar de pagar meus impostos, que pagarão, de novo, o colchão que seu querido filho queimou, lá na última rebelião da Febem, afinal sou assalariada e os impostos já vem descontados no meu salário e os demais vem embutidos na pouca comida que eu compro. Outra coisa: Se possível, me passe o endereços dessas entidades de Direitos Humanos que lhe ajudam em seus protestos, pois nem no cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas 'Entidades' que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar 'Os meus direitos' e os direitos do meu falecido filho!'

Talvez a gente consiga acabar com esta (falta de vergonha na cara) inversão de valores que assola o Brasil. E da próxima vez que você vir, na televisão, essas entidades de Direitos Humanos veja bem o que (ou quem) eles defendem.
A única pergunta que fica é: Quem defende o povo honesto e trabalhador do Brasil?


Direitos humanos são para humanos direitos !!

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